Por Jaime C. Patias| 08.10.14| Nunca houve tantos escravos na história da humanidade como hoje: são as vítimas contemporâneas do tráfico humano. O conceito inclui tráfico para a exploração do trabalho; para a exploração sexual; para a extração de órgãos; e tráfico de crianças e adolescentes. É um crime organizado transnacionalmente, vinculado a interesses poderosíssimos.
Em sintonia com a Campanha da Fraternidade, a Campanha Missionária retoma esse tema como um desafio para Igreja e propõe como tema “Missão para libertar” e lema: “Enviou-me para anunciar a libertação” (Lc 4,18). A reflexão se encontra no 2º dia da Novena Missionária que pode ser realizada em família, com amigos, grupos ou com a comunidade.
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Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em dados de 2012, as vítimas do tráfico humano somam 21 milhões, muitas delas no trabalho forçado (14,2 milhões), e na exploração sexual (4,5 milhões), além de tráfico de órgãos e adoção ilegal. Os países mais afetados são: Índia: 14 milhões; China: 3 milhões; Paquistão: 2,1 milhões; Nigéria: 705 mil pessoas; Etiópia: 650 mil pessoas. O Brasil é um dos países de origem, de trânsito e destino dessa prática criminosa, sendo responsável por 15% das pessoas exportadas da América Latina para a Europa.
Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, o papa Francisco afirma que se vive hoje o fetichismo do dinheiro, sob a ditadura de uma economia sem orientação antropológica, que reduz o ser humano ao consumo e que tende a devorar tudo para aumentar os benefícios de poucos (EG, 53-60). O caso do tráfico de pessoas é o maior símbolo desse fetichismo, uma vez que corpos de milhões de pessoas são reduzidos à condição de meras mercadorias, objeto de lucro e prazer. A cultura atual é conivente indireta do tráfico humano e faz da sociedade uma consumidora de pornografia.
Fonte: POM