“A guerra e ódio não se compram no mercado, estão no coração”, diz Francisco

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Por Rosinha Martins| 26.02.14| “As guerras, o ódio, a inimizade não se compram no mercado: estão aqui, no coração”, disse o papa Francisco em sua homilia na missa desta terça, 25, na casa Santa Marta.

O Pontífice ressaltou em sua homilia baseada na leitura da carta de Thiago, que as consequências das grandes guerras eclodem nas crianças famintas nos campos de refugiados enquanto, segundo ele,  os fabricantes de arma fazem festa.  E este é o escândalo da guerra.

Disse ainda que a guerra é fruto de corações distanciados e a TV e os jornais a cada dia evidenciam as vítimas da guerra e os mortos parecem fazer parte de uma contabilidade cotidiana.

“Estamos acostumados a ler essas coisas! E se tivéssemos a paciência de contar todas as guerras que neste momento existem no mundo, certamente teríamos muitas folhas escritas. Parece que o espírito da guerra se apoderou de nós. Fazem-se atos para comemorar o centenário daquela Grande Guerra, tantos milhões de mortos… E todos escandalizados! Mas hoje é a mesma coisa! Ao invés de uma grande guerra, há pequenas guerras em todos os lugares, povos divididos…E para preservar o próprio interesse, se matam entre si”, disse.

De acordo com o pensamento de Francisco,   as guerras, o ódio, a inimizade, não são compradas no mercado, mas estão no interior de cada pessoa. “De onde vêm as guerras e as lutas entre vós?”, perguntou. “As guerras, o ódio, a inimizade não se compram no mercado: estão aqui, no coração”, confirmou.

Francisco fez memória do seu tempo de criança, quando estava na catequese e os catequistas explicavam a história de Caim e Abel e todos se escandalizavam pois não era  aceitável que alguém pudesse  matar o irmão.

Lembrou também, que  as grandes guerras escandalizam, mas as pequenas guerras do dia a dia são esquecidas. “Tantos milhões se matam entre irmãos, entre si, mas estamos acostumados”. A Primeira Guerra Mundial nos escandaliza, mas esta grande guerra um pouco escondida, em todos os lugares, não! E tantas pessoas morrem por um pedaço de terra, por uma ambição, por ódio, por ciúme racial. Os prazeres nos levam à guerra, ao espírito do mundo”, relatou.

Quando o ser humano se encontra em uma situação de conflito, a linguagem usada para resolvê-lo é aquela da guerra, e a linguagem da paz, segundo ele, não vem antes, e as consequências são danosas. “ Pensem nas crianças famintas nos campos de refugiados… Pensem somente nisto: este é o fruto da guerra! E se quiserem, pensem nas festas que fazem os que são os proprietários das indústrias das armas”.

O Papa fez uma advertência como que pedindo cuidado e atenção, pois para ele, o espírito da guerra, que afasta o ser humano de Deus,  não está distante, mas dentro de casa e exemplificou. “Quantas famílias destruídas porque o pai, a mãe não são capazes de encontrar o caminho da paz e preferem a guerra.(…) A guerra destrói! ‘De onde vêm as guerras e as lutas entre vós?’. Do coração! Eu lhes proponho que rezem hoje pela paz, por aquela paz que se tornou somente uma palavra, nada mais. Para que esta palavra tenha a capacidade de agir, sigamos o conselho do Apóstolo Tiago: ‘Reconheçais vossa miséria!’

Francisco concluiu sua mensagem com uma pergunta: “Quem de nós chora quando lê um jornal, vê na TV,  aquelas imagens de guerras nas famílias, guerras nos bairros, guerras em todos os lugares?”  E retomou o Apóstolo Thiago. “Transforme-se o vosso riso em luto e vossa alegria em desalento …”. Disse que é isso que deve fazer,  hoje, 25 de fevereiro, o cristão, diante de tantas guerras, em todos os lugares: chorar, fazer luto e humilhar-se.  “Que o Senhor nos faça entender isso e nos salve do habituar-nos às notícias de guerra”, finalizou. (Fonte: Radiovaticana.va)

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Imagem de Steve McCurry – O fotógrafo Steve McCurry fotografou, em 1983, esta criança paquistanesa, refugiada, que caminhou duas semanas, fugindo da guerra, até chegar a um campo de refugiados. 

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