Festa da Cultura Afro reúne talentos em Minas Novas – MG

Compartilhe nas redes sociais

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no telegram
Telegram

Por Rosinha Martins| 23.11.2015| As Filhas de Maria Auxiliadora (salesianas) realizaram na noite do dia 20 de novembro, em Minas Novas – MG, a Festa da Cultura Afro. O evento aconteceu na Obra Promocional Salesiana, creche que atende cerca de 500 crianças e adolescentes da cidade e da zona rural e contou com a presença de representantes da Secretaria da Cultura, Turismo e educação e da CRB Nacional – Conferência dos Religiosos do Brasil.

A Festa que acontece todos os anos, no dia da Consciência Negra, tem como objetivo despertar a consciência do ser negro e negra na tentativa de ajudar o cidadão e cidadã minasnovense a valorizar a própria cultura uma vez que a maioria da população é afrodescendente. “O objetivo é resgatar a cultura própria da região e ajudar as crianças e adolescentes a tomarem consciência da beleza e cultura afro. Eles tem dons e talentos que vão sendo descobertos a cada dia e gostam do que fazem. Meninos e meninas que tem dificuldades em nível familiar e social são, também, carregados de talentos os mais variados”, disse a coordenadora da Obra Promocional Salesiana, Irmã Maria Izabel dos Santos.

As apresentações culturais e as comidas típicas da região lembravam os costumes africanos e a história do negro no Brasil. O ‘ora pro nobis’ com costelinha de porco, a feijoada, a farofa com carne de sol trouxeram à memória dos convidados a vida e a cultura dos antepassados. A roda de Capoeira e canções regionais foram apresentadas por adultos e adolescentes.

Sheila Alves Gomes chamou a atenção com o seu gingado afro. Ela tinha o samba nos pés, presença de palco e paixão pela dança. Contou que o seu forte é a dançar e que não perde nenhuma das aulas que acontece na Obra Salesiana. “Adoro dançar! Todas as danças que tem aqui, eu estou. Acho muito importante esta celebração do dia da consciência negra, pois temos que valorizar a nossa cultura”, disse Sheila.

“Eu acho importante porque o negro não tem muito espaço na sociedade. Esse espaço foi conquistado mas não totalmente. E o dia da Consciência Negra nos lembra que temos que ter a consciência de que nós temos que querer um espaço. Apesar de nossa raça ser humana é importante lembrar de tudo que nós já passamos e abrirmos espaço para mostrarmos nossa cultura”, relatou Sofia Santos, 16. Com sotaque bem mineiro, Santos fez menção ao preconceito e garante que este é muito presente em nossa sociedade atual. “Nossa! O preconceito é demais e muitas vezes mascarado por trás de pequenos atos, mas é muito grande e bem difícil de vencer”.

Um grupo de garçons e garçonetes, servia elegantemente os convidados. Eles foram formados na Obra Promocional Salesiana. “É interessante porque você dá a eles uma profissão, a qual em Minas Novas é bastante escassa. Eles se formam e podem competir no mercado de trabalho” disse a responsável pela formação dos jovens, a professora e administradora Míria Fortunato Nunes.

Nunes explicou ainda, que essa é a primeira turma a se formar como garçons e garçonetes e que para ela o trabalho traz uma gratificação. “É gratificante, pois depois que entram no curso há uma mudança no comportamento, por exigir disciplina, pontualidade, postura e boa oratória. Dos 24 alunos inscritos na turma, 21 se formaram. A maioria são negros porque é uma etnia muito presente aqui, mas a inscrição foi aberta para todos”, enfatizou.

Sobre o dia da Consciência Negra, Nunes exaltou a pessoa e o projeto de Zumbi dos Palmares. “Hoje é o nosso dia. É o dia negro se soltar, se expor. É o dia em que Zumbi brigou para que estivéssemos hoje livres. Se estamos aqui podendo fazer um curso e trabalharmos como garçons, é porque as correntes foram arrebentadas, senão a gente estaríamos ainda no porão. Mas o preconceito ainda continua e está dentro das pessoas e só o tempo poderá tirá-lo”, concluiu.

A presença das Salesianas em Minas Novas

Em Minas Novas a única congregação presente é a das Filhas de Maria Auxiliadora que tem três unidades de creches na cidade. Uma fonte que não quis se identificar afirmou que a cidade seria muito pobre sem a presença das Salesianas, devido ao trabalho de promoção social que elas fazem com crianças e adolescentes favorecendo a qualidade de vida e inserindo-os na sociedade e no mercado de trabalho. As religiosas são protagonistas no projeto AMPLIAR, uma associação fundada há 30 anos com a ajuda das mesmas com o objetivo de atender e promover crianças, jovens e famílias da zona rural em situação de vulnerabilidade.

Da esquerda para a direita: Irmã Anna Maria Ortelli (Italiana), Irmã Maria Izabel dos Santos(mineira), Irmã Maria Cassiana da Costa.Veja imagens da Festa

Publicações recentes