Lauren Franko – uma religiosa que descobriu sua vocação no youtube e protagonista da Marie Claire

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Tem 26 anos, vive num mosteiro dominicano com outras 15 monjas e num ano professará votos solenes… A sua história impactou no mundo da moda.

Actualizado 10 Janeiro 2013

Juan Antonio Ruiz / ReL

«Imagina que tens 26 anos e vives com outras quinze mulheres como tu. Não podes deixar a casa onde estás, não podes ter sexo, levantas-te às 5:20 da manhã e só podes falar duas vezes por dia». Assim começa o artigo que a revista de moda Marie Claire da África do Sul, na sua edição de Agosto de 2012 dedicou à jovem Lauren Franko.

Ainda que, tenha que se dizer, hoje Lauren já não usa esse nome, mas sim que se faz chamar Irmã Maria Teresa do Sagrado Coração. Sim, deduziu bem: Lauren é religiosa.

A sua história vocacional numa revista de moda
Com bochechas coloridas e um sorriso contagioso, Lauren conta a sua história vocacional à revista. Fá-lo com naturalidade e sinceridade, com alegria e relaxamento. Tanto que a entrevistadora não duvida em descrevê-la como «uma pessoa com uma mente brilhante e um grande sentido de humor».

E como é que chegou a fazer-se monja? Lauren conta que sempre quis sê-lo, mas que se deu conta que nem sempre era bem aceite na sua infância quando dizia que o que ela queria ser em grande era religiosa. «Assim que quando um dia no colégio nos pediram que nos vestíssemos do que quiséssemos ser em adultos eu saí vestida de rancheiro».

Deixou a Igreja e experimentou outras religiões
Logo chegou a adolescência e Lauren se descontrolou. Deixou a Igreja e experimentou com outras religiões. Na realidade experimentou de tudo: «Pensava que era algo normal e que me faria feliz. Mas na realidade deixou-me vazia. A nossa sociedade nunca te disse:“Se isto não funciona, tenta com Deus”».

Regresso à Igreja católica
Enfastiada do seu vazio, regressou à Igreja Católica. Na universidade renovou a sua oração e, ainda que continuasse tendo noivo, o desejo de ser monja regressou ao seu coração. Não obstante, acreditava que pelo que havia vivido na sua adolescência não poderia sê-lo; e isso trazia-lhe muita tristeza.

«Uma noite, no meu quarto, comecei a rezar. Mas também queria escutar a minha canção favorita. Peguei nos auriculares, fui ao YouTube e pus a canção. Mas em vez de escutar a canção, escutei as palavras: “Queres casar-te comigo?”. Imediatamente apaguei a música e disse “sim” a Deus. De certa maneira, já tinha tomado a decisão, mas isto o me confirmou».

Incompreensão ao seu redor
A reacção do seu ambiente foi tremenda: os seus pais se zangaram com ela, as suas amigas quiseram chantageá-la dizendo-lhe que perderia a sua liberdade e entraria num ambiente patriarcal que a escravizaria. Mas nada disto travou a decisão de Lauren e entrou no mosteiro dominicano em Summit, New Jersey (EEUU), com vinte anos de idade.

Admiração da repórter
A pergunta agora é simples: como trata uma revista de moda como Marie Claire a vida de uma jovem de vinte anos dentro das quatro paredes do mosteiro? A resposta é simples: com admiração. Basta ler o artigo e repassar como descreve as orações, o trabalho manual, o silêncio que vivem durante o dia (incluindo nas refeições), as penitências que levam a cabo pelo mundo, incluindo a vida de castidade.

«A dificuldade – comenta isto último a agora Irmã Maria Teresa – não radica tanto em renunciar à actividade sexual, mas sim em renunciar à proximidade de uma relação matrimonial. Eu renunciei voluntariamente à possibilidade de ter um marido com o qual caminhar na vida, com o qual partilhar as alegrias e tristezas, renunciei a abraçar e a ser abraçada. E é difícil, sobretudo nesses momentos nos que Deus parece que está longe».

Sexualidade e celibato
Mas nem tudo é renúncia: «A sexualidade é algo que deve ser valorizado e assim o vejo. O vazio que esta falta de relação deixa se leva a cabo justamente para dar-lhe espaço a Deus. Porque ainda que este vazio possa ser difícil, é também a minha grande alegria. Estou profundamente enamorada de Deus! E sendo monja posso amar da maneira mais radical possível: renunciando a tudo pelo meu Amado. Esta relação é muito mais intensa do que qualquer relação humana pode ser. Sim, tenho um esposo: Deus».

A família e a vocação
Com o passar do tempo, a sua família aceitou a vocação de Lauren e a visitam uma vez por mês. E ainda que continue sendo difícil – «eu sinto falta de ir à loja ou ir à missa com a minha mãe», comenta Lauren – o sorriso não foge do seu rosto. De facto, num ano professará os seus votos solenes… E não tem medo perante o que se lhe apresenta!

Selar um matrimónio com Deus
«Ao fazer isto, renunciarei à minha capacidade de possuir algo; estarei atada até à minha morte. Pensei muito neste passo e estou segura dele». E assim selará esse matrimónio com Deus tão ansiado por ela: um matrimónio que admira inclusive a revistas como Marie Claire e que teve a sua primeira faísca uma tarde, enquanto escutava no YouTube a sua canção favorita.

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