Missão Ecumênica em apoio aos Guarani-Kaiowá se inicia nesta quarta, no Mato Grosso do Sul

Compartilhe nas redes sociais

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no telegram
Telegram

Diante do atual quadro de genocídio em que vivem os povos indígenas no Brasil, Igreja, organizações, redes e movimentos iniciam, nesta quarta-feira, 07 de outubro, a Missão Ecumênica em Apoio aos Guarani-Kaiowá no Estado do Mato Grosso do Sul (MS). A missão não só pretende apoiar, como denunciar e fortalecer a luta em defesa dos povos indígenas. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), nos últimos 12 anos, 585 indígenas se suicidaram e 390 foram assassinados no país.

A Missão se inicia neste dia 07 com um ato ecumênico na Assembleia Legislativa do MS, em Campo Grande, com a presença dos povos indígenas e representes de movimentos sociais. Na quinta-feira, 08, os participantes da Missão visitarão as comunidades Apykai e Guyra Kamby’i, na cidade de Dourados.

Sônia Gomes Mota, diretora da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), explica a importância da iniciativa, afirmando que os setores da Igreja não poderiam ficar alheios aos fatos que estão acontecendo com os povos indígenas e precisavam demonstrar um apoio mais forte à questão. Assim, surgiu a ideia de realizar a Missão.

“Há muitos anos, acompanhamos as lutas indígenas. Mas temos observado que o acirramento dos conflitos no Mato Grosso do Sul, nos últimos anos, tem tomado proporções gigantescas. É preciso que as Igrejas se engajem nessas lutas, precisam estar nessas lutas por direitos, dentro da prática profética e da solidariedade com os povos indígenas”, ressalta Sônia.

A Rede Jubileu Sul Brasil também participa da Missão. Sua trajetória de 15 anos tem sempre se somado às lutas dos povos indígenas, denunciando também todo o modelo de financeirização da natureza, que tem profunda repercussão nas comunidades mais vulneráveis e que precisam sempre estar em luta para defenderem o que lhes pertence por direito. Para a organização, o agronegócio, sem dúvida, tem gerado um cenário criminoso em todos os aspectos, incentivando o genocídio de vários povos indígenas em todo o Brasil.

Por isso a Rede acredita que a Missão é de extrema importância para visibilizar o que está ocorrendo no Mato Grosso do Sul, especialmente com o povo Guarani e Kaiowá. As várias denúncias sobre assassinatos, perseguições, pessoas baleadas, espancadas e torturadas, na maioria das vezes, por pistoleiros a mando de latifundiários, não deixa dúvida que é necessário tomar uma medida enérgica.

“Não podemos aceitar o massacre promovido pelos latifundiários e pelo agronegócio em terras indígenas no Mato Grosso do Sul e em outras regiões do Brasil. Não podemos admitir que o sangue desses povos seja derramado para sustentar um sistema totalmente capitalista e desumano. Nós, da Rede Jubileu Sul Brasil, estamos juntos contra essa violência. Nossa luta é histórica. É a mesma luta dos povos Guarani e Kaiowá. Somamo-nos em solidariedade, em denúncia, para dizer que o que vale não é o interesse do capital. Vamos lá para dizer não ao genocídio dos povos indígenas. Ao mesmo tempo, colocar nossa pauta, a dívida, as dívidas históricas do Estado, desse modelo que valoriza o dinheiro, o lucro”, afirma Francisco Vladimir, representante da Rede na Missão.

A Missão tem à frente, como realizadores, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), a Cese e o Centro de Estudos Bíblicos (Cebi). Conta com o apoio da Heks e Fastenopfer.

Programação

07 de outubro

15h – Ato Ecumênico na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, em apoio aos povos indígenas

18h30 – intervalo

19h30 – Deslocamento para Dourados

08 de outubro

7h30 – Momento de espiritualidade

8h30 – Visita às comunidades Apykai e Guyara Kamby’i

Almoço com as famílias indígenas

Tarde – Retorno

Mais informações:

www.cese.org.br

 

Publicações recentes